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Mostrando postagens de abril, 2023

Diante de Gaia: oito conferências sobre a natureza no antropoceno

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"Gaia não é a natureza virgem. Não é a deusa-mãe. Ela não é mãe de coisa nenhuma. Não é sequer um todo, um existente global. É simplesmente a consequência das sucessivas invenções dos viventes que acabaram transformando completamente as condições físico-químicas da terra geológica inicial. Hoje, cada elemento do solo, do ar, do mar e dos rios resulta, em grande medida, de modificações, criações e invenções de organismos vivos. Gaia são todos os seres vivos e as transformações materiais que eles submeteram à geologia, desviando a energia do sol para benefício próprio. É nessa rede, nessas trajetórias de seres vivos, que alguns desses viventes – os viventes que somos, que se proclamam humanos, ou seja, pessoas feitas de terra, de húmus, de lama e de cinzas – encontram-se irreversivelmente emaranhados. Ou mantemos as condições que tornam a vida habitável para todos os que chamo de terrestres, ou então não merecemos continuar vivendo. É essa a escolha que obriga a nos posicionarmos &#

Assembly: a organização multitudinária do comum

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Assembly (2017) é a última obra de Michael Hardt e Antonio Negri . Nela os autores chamam a atenção para a necessidade de analisar os problemas de organização que surgem em torno dos movimentos sociais e políticos, assim como encontrar formas de articulação para as novas relações que, a cada novo ciclo de lutas, desde o início do século XX - e mesmo antes, se orientarmos o ponto de referência para acontecimentos como o levante zapatista -, apareceram como alternativa à ordem imposta, em escala global, pelo sistema capitalista.

A visão no ouvido

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Por um 'comunismo' da atenção Entre o íntimo e o coletivo, entre o social e o político, entre o psíquico e o ecológico, surge hoje a linha transversal da atenção. A atenção como prática e como demanda, como um novo bem comum [Artigo de Amador Fernández-Savater , em CTXT , em 22/4/2023. Tradução: Haroldo Gomes] Amador Fernández-Savater é um pesquisador independente, ativista, editor, 'filósofo pirata'. Publicou recentemente "Habitar y gobernar; inspiraciones para una nueva concepción política" (Ned ediciones, 2020) e "La fuerza de los débiles; ensayo sobre la eficacia política" (Akal, 2021).Suas diversas atividades e publicações podem ser acompanhadas em www.filosofiapirata.net. Existe alguma relação entre crises de pânico ou ansiedade (essa epidemia do presente) e as mobilizações ambientalistas pelo levante da terra? Os problemas na escola e as lutas dos profissionais de saúde em toda a Espanha têm algo em comum? Vamos nos aventurar um pouco.

Entrevista de Stefano Mancuso ao The Guardian (Inglaterra)

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  O botânico Stefano Mancuso: "Você pode anestesiar todas as plantas. Isso é extremamente fascinante" [Entrevista de Stefano Mancuso realizada por Killian Fox, jornal The Guardian (Inglaterra), em 15/4/2023. Tradução: equipe Vapor ao Vento] Defensor da inteligência vegetal, o autor italiano discute as formas complexas pelas quais as plantas se comunicam, se são conscientes e o que suas descobertas significam para os veganos. Nascido na Calábria em 1965, Stefano Mancuso é um pioneiro no movimento de neurobiologia vegetal, que busca entender “como as plantas percebem suas circunstâncias e respondem aos estímulos ambientais de forma integrada”. Michael Pollan no New Yorker o descreveu como “o poeta-filósofo do movimento, determinado a conquistar para as plantas o reconhecimento que elas merecem”. Mancuso leciona na Universidade de Florença, sua alma mater, onde dirige o Laboratório Internacional de Neurobiologia Vegetal.Ele escreveu cinco livros best-sellers sobre plantas.

A planta do mundo

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  A planta do mundo , novo livro do botânico e fundador da neurobiologia vegetal Stefano Mancuso, dá destaque à inclinação literária desse cientista apaixonado pelas plantas. Ganhador do prêmio Galileo de escrita literária de divulgação científica de 2018 com o best-seller A revolução das plantas , neste novo livro Mancuso reúne narrativas saborosas sobre curiosidades históricas que de um modo ou de outro envolvem plantas. O livro trata das árvores da liberdade plantadas na Revolução Francesa, das cidades sem plantas, dos troncos de árvore especiais para fazer violinos Stradivarius, de sementes enviadas à Lua e até mesmo do caso em que um perito botânico ofereceu provas para desvendar um crime. As plantas estão em toda parte para quem está aberto a percebê-las. Mancuso é um grande educador dessa sensibilidade para novos leitores. LIVRO: A planta do mundo AUTOR : Stefano Mancuso EDITORA : Ubu CONDIÇÃO : Livro Novo Aceitamos cartões de crédito, frete grátis para região do Grande Natal e

Desobedecer

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“Tomo emprestado, como ponto de partida – paradoxal –, a provocação de Howard Zinn: o problema não é a desobediência, o problema é a obediência. Ao que faz eco a frase de Wilhelm Reich: “A verdadeira questão não é a de saber por que as pessoas se revoltam, mas por que não se revoltam”. As razões para não aceitar mais o estado atual do mundo, seu curso catastrófico, são quase demasiado numerosas. Detalhá-las todas resultaria numa litania de desastres.  Destacarei aqui apenas três ou quatro fortes motivos que há muito tempo deveriam ter suscitado nossa desobediência e provocá-la ainda hoje, pois só fazem agravar-se.  No entanto, nada acontece, ninguém ou quase ninguém se levanta.” [Trecho do livro “Desobedecer” , de Frédéric Gros] LIVRO: Desobedecer AUTOR : Frédéric Gros EDITORA : Ubu CONDIÇÃO : Livro Novo Aceitamos cartões de crédito, frete grátis para região do Grande Natal em compra a partir de R$ 100,00 (reais).