Zapatistas empenhados no “bem viver”
[Artigo de Ángel Luis Lara , sociólogo e professor de Estudos Culturais na Universidade Pública de Nova York, publicado no Periódico Diagonal , 18.1.2015. Tradução: Vapor ao Vento] “Cada vez mais nos unimos à dor, porém também à raiva. Porque agora, e desde algum tempo, vemos que em muitos rincões se acendem luzes”. A 21 anos de seu levantamento armado , a palavra zapatista segue falando a mesma língua, porém mudou de voz . Moisés substituiu Marcos como porta-voz do movimento e, mais além do imaginário evangélico com o qual jogam ambos pseudônimos, o êxodo zapatista segue seu curso em espiral. Centenas de milhares de homens, mulheres, anciãos e meninos governando-se a partir de suas necessidades, capacidades, possibilidades e desejos coletivos. Um buraco na História Universal pelo qual emerge uma história multiversal e contingente feita de processos mais do que de eventos, de enunciações comuns mais que de nomes próprios. Desde mais de 20 anos, os povos zapatistas do sudoes