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Dar a ver, dar o que pensar: contra o domínio do automático

[Belíssimo texto do Amador Fernandez-Savater , publicado no blog Interferências , eldiario.es (Espanha), em 16/11/2018. Tradução: Vapor ao Vento] Passamos o dia olhando, porém somos capazes de ver algo? Que relação há entre ver e pensar? E em que sentido a percepção é um problema político? O escritor Albert Camus disse: “pensar é aprender de novo a ver e ter atenção”. É uma frase surpreendente porque o pensamento não se vincula ao saber, ao conhecer, à análise ou à verdade mas à transformação da percepção e da atenção . Aprender : ir mais além do sabido. De novo a ver : recrear nosso olhar sobre algo, vê-lo distinto. E a ter atenção : atender outro plano de realidade, outro tipo de sinais. Vou pousar esta imagem de pensamento, como recreação do olhar e da atenção, em dois exemplos que tenho ao alcance da mão. E animo cada qual a imaginar os seus.   Renomear a realidade O primeiro é um artigo breve que minha amiga Amarela Varela me enviou para publicar em eld