MONSTRUOSO

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  Imagem :  Syaibatul Hamdi  [Texto de Franco "Bifo" Berardi , publicado em Il DISERTORE , em 26/05/2025. Tradução: Haroldo Gomes] Que palavra pode definir a arrogância da desumanidade que está se espalhando? Mas não posso. Disse Bertolt Brecht: EM MINHA LUTA ENTUSIASMO PELA MACIEIRA EM FLOR E HORROR AOS DISCURSOS DO PINTOR MAS APENAS O SEGUNDO ME EMPURRA PARA A MESA DE TRABALHO O horror que sinto pelos discursos de Netanyahu e pelas provocações covardes dos colonos israelenses é forte demais para que eu consiga me preocupar com qualquer outra coisa. Hoje não posso deixar de mencionar Yussuf al-Samary: "Yussuf al-Samary é um garoto de 15 anos, originário da cidade de Gaza, mas que vive com sua família deslocada no campo de al-Mawassi, na praia de Khan Younis. É seu último local de evacuação. Agora, toda a família vive em uma barraca feita de ripas de madeira e plástico transparente. Eles estavam anteriormente em uma escola em Hay Tuffah. Yussuf tentou comprar um sanduích...

“Quando pesadelos tornam-se constantes, as pessoas param de reagir”

Pussy Riot é um grupo de punk rock feminista russo que se tornou conhecido por realizar shows e eventos de manifestação política, em prol dos direitos das mulheres e contra políticas governamentais discriminatórias na Rússia.

A banda também ficou famosa pela oposição ao presidente russo Vladimir Putin, considerado um ditador pelo grupo.

O grupo ganhou notoriedade global após um concerto, no dia 21 de fevereiro de 2012, na Catedral de Cristo Salvador de Moscou, no qual protestavam contra o apoio do líder da Igreja Ortodoxa Russa, o Patriarca Kirill I, ao então candidato Putin, que viria no mês seguinte a sancionar uma lei discriminatória contra a "propaganda gay".

Devido ao concerto na Catedral, as ações do grupo foram condenadas como sacrílegas pelo clero ortodoxo e interrompidas pelos oficiais de segurança da igreja. Três integrantes foram detidas sem direito a fiança, após o julgamento foram transferidas para prisões de massa da antiga URSS, submetidas a condições precárias, sem comunicação com os filhos e trabalho forçado. Uma delas foi Nadya Tolokonnikova.

A prisão causou uma comoção internacional, incluindo organizações como a Anistia Internacional e artistas como Madonna, Paul McCartney e Yoko Ono.

Após cumprir 21 dos 24 meses da pena, as integrantes da banda foram libertadas, em dezembro de 2013, depois que o Congresso Russo, a Duma, aprovou uma anistia.

UM GUIA PUSSY RIOT PARA O ATIVISMO

Nadya Tolokonnikova é fundadora do coletivo artístico ativista russo e banda punk Pussy Riot e é ela a autora do livro “Um Guia Pussy Riot para o Ativismo”, publicado no Brasil pela UBU, em 2019.

Este guia emana da experiência de Nadya, suas leituras, sua ética e sua visão de mundo como ativista, desenvolvidas ao longo dos quase dois anos de encarceramento num campo de trabalho forçado na Rússia. Feminismo, ativismo, arte, literatura, sistema judicial, sistema penitenciário, antipsiquiatria, resistência, Nadya atravessa todos esses temas de corpo inteiro, num relato poderoso e comovente do qual é impossível passar ileso.

O livro é de leitura muito agradável. Trata com entusiasmo do valor da coragem e da alegria. Em algum lugar, relatando o seu sofrimento na prisão e o impacto do encontro com o livro O poder dos que não têm poder, 1978, de Václav Havel, Nadya conclui: “Li o livro escondida dos funcionários da prisão e chorei de alegria. Aquelas lágrimas resgataram minha confiança e minha coragem. Só nos despedaçamos quando nos permitimos ser despedaçados… Quando nos faltam forças para agir, é preciso encontrar palavras que nos inspirem”.

"Um Guia Pussy Riot para o Ativismo" é um livro de relato poderoso e comovente do qual é impossível passar ileso. Está disponível para venda no blog Vapor ao Vento, com entrega grátis para a região do Grande Natal.

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