Como o neoliberalismo destrói a democracia

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 [artigo de Christian Laval publicado em Viento Sur , em 8/4/2024. Tradução: Haroldo Gomes] A observação é clara. As democracias liberais e parlamentares, ligadas aos chamados Estados de Direito, são confrontadas externamente por regimes que abominam essa forma política, enquanto internamente são sabotadas por uma grande fração de forças de direita ou de extrema direita. Os recentes sucessos eleitorais das formações mais nacionalistas e xenófobas na Itália, Holanda e Alemanha atestam isso. Não se trata aqui de aprovar o desempenho das democracias parlamentares que estão historicamente ligadas ao colonialismo e que deram uma roupagem liberal à exploração capitalista da força de trabalho. Em vez disso, trata-se de mostrar como o neoliberalismo, como um modo geral de organização econômica e social em todos os níveis da vida, funcionou e continua a funcionar como uma máquina formidável para a destruição da democracia liberal. Foi isso que levou alguns autores, como Wendy Brown, a falar de

Verás que um Bico teu não foge à luta


 HAROLDO GOMES
A notícia da nomeação de Rodrigo Bico (na foto de Lenilton Lima) para a presidência da Fundação José Augusto (FJA) é animadora. Bico é um ativista da cultura, um lutador, um artista que não se envergonha de fazer política, faz com alegria. Tem a credibilidade de muitos dos segmentos culturais do Estado e fez parte de um grupo de jovens militantes que deram feições alegres e vitalizantes a campanha do governador eleito, Robinson Faria. Com a mesma força com que atua no palco, Bico atuou nas Eleições 2014, na linha de frente do cordão criativo. De megafone (ou bico) solto. Chega a Fundação com méritos de sobra.

Todos sabemos que os desafios são muitos. A começar pela dificuldade financeira que o Estado atravessa, sem contar com o histórico fim de fila da Cultura como prioridade governamental, o que exige poder de negociação. Tem ainda toda a engrenagem da Fundação que é uma instituição com décadas de funcionamento, com hábitos arraigados (um jeito histórico de funcionar), que muitas vezes conflituam com o estilo que vem dos movimentos culturais. Um desafio importante, já no início, é conhecer bem esta engrenagem, lutar para adaptá-la às novas práticas no âmbito da Cultura, que exigem estruturas leves, ágeis, funcionais.

Tudo isso exige compreensão, paciência e colaboração dos segmentos culturais e apoio de quem tem peso político para tal. O acompanhamento do Partido dos Trabalhadores (com destaque para o Setorial de Cultura) e a intervenção parceira dos mandatos da Senadora Fátima Bezerra e do Deputado Estadual Fernando Mineiro, são essenciais. De minha parte, companheiro Bico, estou aqui. É pouco o que tenho a lhe oferecer, mas pode contar com a minha humilde colaboração mesmo de fora da estrutura. Grandes desafios exigem coragem e isso não lhe falta. Estamos juntos.

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