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Mostrando postagens de janeiro, 2015

MONSTRUOSO

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  Imagem :  Syaibatul Hamdi  [Texto de Franco "Bifo" Berardi , publicado em Il DISERTORE , em 26/05/2025. Tradução: Haroldo Gomes] Que palavra pode definir a arrogância da desumanidade que está se espalhando? Mas não posso. Disse Bertolt Brecht: EM MINHA LUTA ENTUSIASMO PELA MACIEIRA EM FLOR E HORROR AOS DISCURSOS DO PINTOR MAS APENAS O SEGUNDO ME EMPURRA PARA A MESA DE TRABALHO O horror que sinto pelos discursos de Netanyahu e pelas provocações covardes dos colonos israelenses é forte demais para que eu consiga me preocupar com qualquer outra coisa. Hoje não posso deixar de mencionar Yussuf al-Samary: "Yussuf al-Samary é um garoto de 15 anos, originário da cidade de Gaza, mas que vive com sua família deslocada no campo de al-Mawassi, na praia de Khan Younis. É seu último local de evacuação. Agora, toda a família vive em uma barraca feita de ripas de madeira e plástico transparente. Eles estavam anteriormente em uma escola em Hay Tuffah. Yussuf tentou comprar um sanduích...

Zapatistas empenhados no “bem viver”

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[Artigo de Ángel Luis Lara , sociólogo e professor de Estudos Culturais na Universidade Pública de Nova York, publicado no Periódico Diagonal , 18.1.2015. Tradução: Vapor ao Vento] “Cada vez mais nos unimos à dor, porém também à raiva. Porque agora, e desde algum tempo, vemos que em muitos rincões se acendem luzes”. A 21 anos de seu levantamento armado , a palavra zapatista segue falando a mesma língua, porém mudou de voz . Moisés substituiu Marcos como porta-voz do movimento e, mais além do imaginário evangélico com o qual jogam ambos pseudônimos, o êxodo zapatista segue seu curso em espiral. Centenas de milhares de homens, mulheres, anciãos e meninos governando-se a partir de suas necessidades, capacidades, possibilidades e desejos coletivos. Um buraco na História Universal pelo qual emerge uma história multiversal e contingente feita de processos mais do que de eventos, de enunciações comuns mais que de nomes próprios. Desde mais de 20 anos, os povos zapatistas do sudoes...

França ferida no coração de seu laicismo e de sua liberdade

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[Texto de Edgar Morin, sociólogo e filósofo francês, publicado no portal Rebelión , em 13.1.2015. Tradução: Vapor ao Vento] A expressão de François Hollande é justa: “França ferida no coração”. Feriram-na no coração de sua natureza laica e de sua ideia de liberdade, justamente contra um semanário tipicamente desrespeitoso, do burlesco até toda forma sagrada, especialmente religiosa. Pois bem, a falta de respeito de Charlie Hebdo se situa no riso e no humor, o que outorga ao atentado um caráter monstruosamente imbecil. Nossa emoção não deve paralisar nossa razão, como tampouco a razão deve atenuar nossa emoção. Uma contradição insuperável Houve problemas no momento de publicar as caricaturas. É necessário deixar que a liberdade ofenda a fé dos crentes do islão degradando a imagem de seu Profeta ou é que a liberdade de expressão prima sobre toda outra consideração? Meu sentimento é que existe uma contradição insuperável, tanto mais que eu sou dos que se opõem à profanação d...