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PENSANDO NO FIM, por Franco "Bifo" Berardi

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[artigo de Franco 'Bifo' Berardi , publicado em CTXT , em 08/10/2024. Tradução: Haroldo Gomes] Todos os discursos que ouvimos hoje, em 2024, são discursos que preparam o extermínio mútuo. A liberdade dos seres humanos reside única e exclusivamente no fato de que eles falam e se expressam com sinais. Nessa esfera, e em nenhuma outra, eles são livres.  Nessa esfera, eles se emancipam dos desígnios de Deus e, ao mesmo tempo, se emancipam da tirania do particular, do pertencimento e da força bruta. O processo de civilização consistiu em submeter a brutalidade da energia à linguagem. A missão da modernidade era governar a brutalidade e submeter a natureza à linguagem. Aqui reside a vocação dos modernos, pelo menos nas suas intenções. Hoje sabemos que, deste ponto de vista, a modernidade falhou no seu propósito. Não quero dizer que a linguagem tenha saído de cena: pelo contrário, a linguagem acelerou o seu ritmo a ponto de proliferar para além dos limites das capacidades de processa...

Os Justos. Ética da Inteligência Coletiva.

Texto do Pierre Lèvy para o primeiro momento de encontro e partilha do Vapor ao Vento.  Só clicar em cima do texto que ele oferece a opção de leitura na tela do computador ou impressão. Boa leitura! -

O comum

Um conceito novo, que nos obriga a pensar as relações na sociedade é o de Comum. Talvez seja o caso de começarmos por ele. Segue texto de Judith Revel. “O termo “comum” adquiriu depois de algum tempo uma grande importância, um pouco como, há alguns anos, o termo “biopolítica”. Contudo, acho que não é demais repetir que esta noção desmonta, desconstrói e torna impraticável todo o arcabouço conceitual que tem servido de sustentação ao pensamento político moderno desde o século XVII . O pensamento do comum não pode mais funcionar a partir dos pares dialéticos público/privado ou individual/coletivo. No primeiro caso, o comum denuncia o fato de que se o “privado” é uma apropriação individual, o “público” historicamente representa a apropriação pelo Estado, ou seja, a usurpação que consiste em fazer acreditar que aquilo que não pertence a ninguém (e de fato pertence ao Estado), na realidade pertence a todo mundo. No segundo caso, desafia a oposição entre diferença vista como partic...